Resumo

Há cerca de cem anos os primeiros clubes de São Paulo foram fundados. Jovens mais ricos se reuniam para a prática esportiva e a entrada para este ambiente era ditada pela nacionalidade, já que os Clubes, na sua grande maioria, foram fundados por colônias de imigrantes: alemães, ingleses, italianos, suíços, portugueses, entre outros. A diferença de origens era uma razão para a defesa das cores dos Clubes nas competições, pois em torno das sucessivas vitórias se criava um status, uma "marca bem sucedida" na sociedade paulista e assim se despertava o interesse de novos associados. Outras atividades agregadas ao Clube como bailes, comemoração das debutantes, festas folclóricas compunham um pacote de ofertas que atraiam famílias paulistas e mantinham os Clubes em evidência (BARROS, 2007). Nos dias de hoje, muitas dessas atividades foram desconstruídas. O esporte se confunde com o lazer provocando uma crise de sustentabilidade nos Clubes Socioesportivos (MADIA, 2007). Rein, Kotler e Shields (2008), Aaker (1998), Bretzek (2010), Considine (1990), Skinner apud Giglio (2002) apontam como alternativa para se vencer a crise atual instaurada um trabalho de gestão em termos de revalorização de marca por meio de competições esportivas que motivem os associados para a convivência e identificação com os Clubes. Hoje em dia a concorrência entre Clubes e Condomínios, Instituições Privadas de Ensino e Centros de Fitness equipados pode se tornar desleal haja a vista a comodidade e as ofertas que os Condomínios apresentam superando a falta de valores e status atuais de ser associado a um Clube. O objetivo deste trabalho é analisar a as ações de marketing dos clubes no sentido da valorização do esporte, sua relação com o valor da marca do clube e a visão dos associados sobre estas ações. Será desenvolvida pesquisa de campo sob a forma de estudos de casos múltiplos (Vergara,2006) junto a sete clubes de São Paulo e grande São Paulo que mantenham equipes de esporte de alto rendimento em campeonatos oficiais de federações e confederações brasileiras. As fontes utilizadas para o levantamento das ações de marketing e ativação da marca serão documentais e institucionais (fontes secundárias) e a percepção da marca pelo consumidor, através de fontes primárias obtidas junto a associados pela aplicação de questionário estruturado para a coleta de informações específicas desenvolvidas a partir dos conceitos de Aaker (1998) e Shank (1999).