Resumo


Este artigo se apresenta enquanto uma troca de correspondências e traz à baila as relações corporais entre as múltiplas materialidades e superfícies dançantes nos rituais de escrita. Quem/O que dança enquanto escrevemos? Por quê escrevemos? A letra no papel, o caderno no espaço, os papéis e suas texturas, a mão com a caneta, o corpo em suas transferências de peso. Qual a implicação do corpo no ato de escrever? O Lab Corpo Palavra, procedimento artístico pedagógico de autoria da artista-pesquisadora da dança Aline Bernardi, propõe articular uma convivência com as escritas em suas qualidades do movimento e modulações dos estados de presença. Uma escrita que possa ser continuidade do campo afetivo, numa ressonância poética-ética-política com os ecos das sensorialidades.Diane Portella é artista do papel e criadora da di[versa], que se dedica à feitura de cadernos e livros artesanais. Os cadernos e/ou as muitas texturas de papéis são trazidos à cena como uma extensão da pele, como suportes para a expressão dos afetos; os cadernos não são objetos de utilidade, são superfícies que criam dança. Ambas as artistas são intérpretes criadoras do selo artístico Celeiro Moebius, que vem sendo um espaço coletivo de intersecção das poéticas que surgem em consonância com a proposta de investigação do Lab Corpo Palavra.
 

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