Resumo

Este trabalho se insere no âmbito da pesquisa qualitativa e está intimamente ligado á minha trajetória na figura de cidadão brasileiro do norte, mais precisamente de Macapá-AP, onde estão enraizadas minhas origens e preocupações com a formação humana. Nesse lugar chamado história é que estou plantado e imerso, mas intenciono me afastar, para teoricamente poder compreender e contribuir com as práticas educativas advindas desse contexto, no qual sou ao mesmo tempo construto e construtor de modos de ser, tão peculiares e caros á esquecida realidade diversos e por vezes, adversa, nos jeitos de ser brasileiros. Demarcar academicamente o lugar ao qual pertenço me fortalece e me abastece, para por em pratica educações na diversidade, não apenas narrada, mas vivida, experimentada, enfim, tomada como parte de minha história de vida. Assim, este trabalho também sou eu, com minhas historias de infância, juventude e adultez e com os olhares que trago, impregnados de vida, para poder pensar a dança sob o prisma da cultura e suas interfaces com a educação, com as memórias e com a cultura corporal. A pesquisa será realizada na comunidade do Quilombo do Curiaú em Macapá, capital do Amapá. O objetivo primordial é compreender qual o significado da dança do “Marabaixo e do Batuque” na memória dos moradores dessa Comunidade. O meu interesse nessa investigação surgiu durante um ensaio fotográfico dos hábitos culturais1 dessa comunidade. Ao coordenar em 2009 o projeto de Esporte denominado Atleta do Futuro, desenvolvido pelo Serviço Social da Indústria – SESI, com a participação de 150 alunos da comunidade, me aproximei sensivelmente desse lugar. Fui seduzido pela dança do Marabaixo e observei as potencialidades representadas pelo acervo histórico-oral-expressivo presente nesta cultura. Fiquei me indagando, na função de educador, com formação em educação física, o que a preservação desses aspectos culturais poderia contribuir na formação dos jovens da escola pública. Pensei que o Marabaixo está fora da escola regular, mas poderia ou deveria fazer parte da escolarização dessas crianças, como conteúdo de vida.

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