Resumo

O artigo propõe um balanço da produção acadêmica sobre esporte nas ciências sociais brasileiras, à luz de um critério pouco explorado na área: os métodos quantitativos. Ante a predominância de abordagens qualitativas nas investigações de historiadores e cientistas sociais, o texto procura mapear pesquisas já realizadas que se amparam em quantificações e em mensurações estatísticas. À proposta de mapeamento, feita com a devida descrição e análise dos trabalhos desenvolvidos, especialmente na temática futebol/torcidas organizadas, sucede a exploração de outra subárea que se considera ainda incipiente no país, qual seja: a ciência de dados. Para tanto, mobiliza-se um caso de excelência internacional, o Football Observatory (2005), do International Center for Sport Studies (CIES), responsável pela mineração de dados em escala global, capaz de monitorar nos últimos quinze anos o sistema de circulação internacional de futebolistas, a decomposição quantificada da performance dos atletas em campo e a flutuação dos valores do mercado financeiro de transferência futebolística na Europa. Com base na experiência do observatório suíço, os Autores finalizam com a identificação de potenciais frentes de expansão para os que pretendem ir além da análise de discurso e das representações no tratamento científico dos esportes brasileiros.

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