Resumo

Este trabalho teve por objetivo analisar a modulação autonômica cardíaca e o controle metabólico durante o repouso e o exercício físico ÇEP) em diabéticos tipo 2. O grupo de estudo foi composto por 22 voluntários de ambos os sexOs, sedentários, com idades entre 40 e 65 anos. O programa de HP foi constituído de 3 sessões semanais, durante 12 semanas, compostas por •caminhada ou exercícios resistidos com pesos. Foram coletados dados referentes as variáveis antropométricas e bioquímicas, pressão arterial e variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) em repouso, e glicemia capilar antes e após uma das sessões semanais de EF. As coletas referentes as variáveis antropométricas e bioquímicas foram refeitas após 6 e 12 semanas de EF. Foi realizado um teste progressivo de caminhada para identificação do limiar de variabilidade da freqüência cardíaca (LiVFC). A partir dos resultados observou-se que 63,6% e 89% dos avaliados classificam-se como obesos no que se refere ao índice de massa corporal e ao %gordura corporal (%GC) respectivamente. Quanto aos resultados bioquímicos, verificou.e que 87,5% dos indivíduos apresentaram colesterol total (CT) e 72,7% triglicerídeos (TG) elevados, Além disso, 68,2% dos avaliados apresentaram níveis de HDL reduzidos e hemoglobina glicada (Alc) acima de 7%. Assim como, 87,5% apresentaram LDL elevados. Pela análise de correlação, o CT, TG, HDL e Alc foram as variáveis bioquímicas mais influenciadas pelas variáveis morfológicas. As variáveis fisiológicas e bioquímicas que apresentaram correlações significativas com a VFC de repouso foram pressão arterial sistólica, freqüência cardíaca (FC) de repouso e glicemia de jejum. A relação cintura quadril e a HDL apresentaram associações significativas com a FC de repouso. A média da glicemia capilar reduziu significativamente. Nenhuma das variáveis morfológicas reduziram significativamente, como efeito crônico do treinamento, com tendência de redução da circunferência abdominal, o somatório das dobras cutâneas e o %GC. Somente a HDL sofreu efeito do treinamento. Contudo, apesar das demais variáveis bioquímicas não terem apresentado reduções significativas, vários sujeitos passaram das condições de controle inadequado para adequado. O LiVFC, pelo critério de Lima & Kiss (1999) e de Tulppo et al. (1998), foi identificado em todos os sujeitos. Contudo, pelo critério de regressão linear não foi possível identificar em 4 sujeitos. Não houve diferença entre os critérios para determinação do LiVFC. Verificou-se associações significativas entre a VFC de repouso e intensidade no LiVFC, pelo critério de Lima & Kiss (1999) e a FC de repouso com o percentual de queda da FC no 5º minuto de recuperação. Assim, sugere-se que determinadas variáveis morfológicas estão associadas parâmetros bioquímicos e que variáveis morfo-fisiológicas e bioquímicas podem ser determinantes na modulação autonômica cardíaca. E ainda, o EF apresenta efeito agudo favorável na glicemia capilar e crônico nas variáveis morfológicas e bioquímicas. Além da obtenção de evidências de que o LiVFC pode ter aplicabilidade na adequação das cargas de treinamento.