Resumo

Os jovens obesos já podem apresentar alterações na modulação autonômica cardíaca, tanto em repouso, quanto em exercício físico. O presente estudo teve como objetivo analisar a modulação autonômica em repouso e dm exercício físico em jovens não treinados de 18 à 25 anos com excesso de massa corporal. Foram avaliados 31 homens normotensos não treinados, sendo 10 eutróficos (22,75 ± 1,66 kg.m-2) e 10 sobrepesos (27,03 ± 1,48 kg.m-2) e 11 obesos (33,70 ± 2,75 kg.m-2). As variáveis antropométricas foram: massa corporal (MC) e estatura para posteriormente determinar do índice de massa corporal (IMC), circunferência do pescoço, da cintura, do abdômen, % de gordura corporal (%GC). A pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), modulação autonômica cardíaca (índices SD1, SD2, SD1/SD2, RMSSD, pNN50, VLF, LF, HF, LF/HF, LFun, HFun, o valor da entropia aproximada (ApnEn), entropia amostral (SampEn) foram avaliados na posição sentada durante 10 minutos e ao final do repouso a glicemia capilar foi mensurada. Em seguida foi realizado um teste progressivo máximo em cicloergômetro, com carga inicial de 15 watts e incremento de 15 watts a cada minuto. O limiar anaeróbio (LAN) foi determinado pelo limiar de variabilidade de frequência cardíaca (LVFC) por dois índices diferentes (SD1 e RMSSD), dois critérios (Lima; Kiss, 1999 e Karapetial et al., 2008) e pelo limiar ventilatório (LV), pelo método visual dos equivalentes ventilatórios de O2 e CO2 (VE/VO2 e VC/CO). O teste de ANOVA One-Way com Post Hoc de Tuckey foi utilizado para analisar as variáveis morfofisiológicas, perfil glicêmico e modulação autonômica cardíaca em repouso e no teste progressivo máximo entre os diferentes IMC. A comparação do LVFC determinado por diferentes índices, critérios e o LV entre os diferentes IMC foi realizada pelo teste ANOVA two-Way para medidas repetidas com Post Hoc de Tuckey. Em repouso, não houve diferenças nos valores de pressão arterial, modulação autonômica cardíaca, entropia e glicemia casual entre os diferentes IMC. Dentre as variáveis antropométricas, a circunferência abdominal apresentou a maior associação com os índices SD1 e pNN50 da VFC. O pNN50 apresentou associação com MC, IMC, circunferência do pescoço, circunferência da cintura, % massa magra, % de gordura. Foi possível estimar o LV pelos diferentes índices e critérios empregados e pelo LV em jovens não treinados com diferentes IMC, sem diferenças entre os grupos, o que demonstra o mesmo nível de aptidão, independente do IMC. Todos os LVFC apresentaram boa concordância com LV, sendo LVFCSD1 o que melhor apresentou concordância. Os índices da modulação autonômica cardíaca em repouso, sobretudo no domínio do tempo, se associaram à carga no LVFC, independente do IMC. Em resumo, jovens obesos apresentam a modulação autonômica cardíaca, tanto em repouso, quanto em exercício preservada.

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