Movimento Olímpico: Uma Leitura Sociológica Sobre Desenvolvimento, Cenários de Crises e Futuras Possibilidades de Mudanças

Parte de Preservação da Memória a Responsabilidade Social dos Jogos Olímpicos . páginas 29

Resumo

Nesse exercício reflexivo propomos uma leitura do movimento olímpico como fenômeno social e, por essa característica, sobre sua existência e resistência, somente possível através de enfrentamento de dilemas e mudanças. Em outras palavras, entendemos que o movimento olímpico, ao fazer parte da dinâmica social mais ampla, nela afeta e é afetado, se constitui e é constituído, a partir da resposta a questionamentos por reinvenções constantes, que culminam em pontos de rupturas necessárias para sua sobrevivência e continuidade. Essa dinâmica pode ser observada quando percebemos, desde sua mobilização encabeçada por Pierre de Coubertin ao final do século XIX até os dias atuais, diversos períodos que podem ser mais ou menos demarcados a partir de eventos marco. Seguindo o referencial teórico que lançamos mão para a leitura desse fenômeno, podemos entender que a dinâmica do campo esportivo é influenciada por outros campos, especialmente os campos político, midiático e econômico, cujas lógicas exigem dos dominantes de seu campo a tomada de posicionamentos que favoreçam a manutenção nessa posição (BOURDIEU, 1998). Mais especificamente, o COI, na posição de dominante no campo esportivo (BOURDIEU, 1983), mobiliza uma série de estratégias para se manter como dominante enquanto detentor dos direitos do evento esportivo considerado como um dos mais importantes do mundo, demandando uma atuação consonante aos interesses de dominantes nos outros campos mencionados (BOURDIEU, 1997).