Resumo

O campo do trabalho-formação, como um campo de luta para nossas práticas, ao ser permeado pela pesquisa e análise, pode nos fornecer um pouco de arejamento para as encomendas profissionais/institucionais que recebemos. Neste sentido, a presente pesquisa se inscreve nas discussões de educação física em saúde, na perspectiva de problematizar o tema do corpo no cuidado em saúde mental, a partir da minha inserção no processo de trabalho na Rede de Atenção Psicossocial de Aracaju/SE. Interessa-me, pois, as práticas em educação física, inclusive discursivas, de um saber-poder-fazer que põe em evidência o corpo. Como tem se apresentado a encomenda sobre o corpo feita aos professores de educação física nos serviços de saúde? Essa pesquisa se quer caçada por movimentos-acontecimentos no jogo das práticas cotidianas, tendo como atitude uma atenção cartográfica. Tais movimentos-acontecimentos foram registrados em sete cadernos de formação, durante o período de 2007 a 2009, sendo rastreados na busca por movimentos de re-existência de corpos. A descrição dos movimentos de encontro dos usuários com os seus corpos por meio da prática corporal da capoeira e do encontro com o mar permitiu pensar uma concepção de corpo que tem nos acontecimentos seu movimento de invenção, corpo dos corpos. Neste sentido, sinaliza-se uma educação física que acompanhe os corpos, maquinando práticas de cuidado que dêem passagem ao corpo que surge em meio ao movimento.

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