Editora Laços. Brasil 2021. 256 páginas.

Sobre

Na obra de Agnès Humbert denominada Resistência – A história de uma mulher que desafiou Hitler constam as memórias de uma historiadora francesa que trabalhava no Museu do Homem de Paris, quando os alemães invadiram a cidade durante a 2a- Guerra Mundial. Enquanto Charles de Gaulle, sediado na Inglaterra, convocava os franceses a resistirem e a enfrentarem os nazistas, Agnès e seus colegas de trabalho fizeram aquilo que estava ao seu alcance: enfrentaram os usurpadores usando suas habilidades como pensadores para produzir ideias e convocar os franceses e não aceitarem a violência que ocorria em seu país. Passado um ano de atividade o grupo foi descoberto após a denúncia de um espião. Os homens do grupo foram todos fuzilados e ela, a única mulher, foi condenada a um campo de trabalhos forçados onde permaneceu por 4 anos. Suas memórias, enquanto ainda trabalhava no museu, foram escritas em um diário, e a fase da prisão foi posteriormente registrada e publicada como livro. O relato inicial é quase informativo, descreve o choque seguido de apatia e inércia diante da agressividade do invasor. A fase da prisão é marcada por uma narrativa impressionista de onde transborda a dor pela ausência da liberdade, mas também o modo de enfrentamento, desenvolvido para sobreviver à barbárie. E então é possível observar que a fraternidade, a compaixão, a solidariedade não são discursos construídos para justificar a análise de situações trágicas, mas sentimentos que efetivamente humanizam e fazem a esperança brotar mesmo nos momentos de maior desespero e agonia.

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