Resumo

Historicamente a Educação Física foi influenciada pelas representações sociais relacionadas às identidades de gênero, tendo práticas diferenciadas em masculinas e femininas. Atualmente, mesmo com o discurso da coeducação, muitas são marcadas por esta distinção, e se mantém o preconceito sobre mulheres que praticam modalidades esportivas ligadas as lutas. No ambiente escolar a discriminação das mulheres que praticam qualquer modalidade de luta pode ser realizada em forma de "bullying", que são atos de violência física ou psicológica intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo que podem causar abalos psicológicos, transtornos de comportamento e até mesmo de aprendizagem. O objetivo do estudo foi desenvolver aulas de Educação Física para tratar o tema das mulheres nas lutas e o "bullying" no Ensino Médio. As aulas foram implementadas em duas escolas públicas de ensino médio do município de Rio Claro, uma de período integral e a outra de período parcial com um total de 78 alunos. Foram abordados os seguintes temas: a história das mulheres nas lutas, na qual os alunos por meio de um teatro dramatizaram como as mulheres começaram a lutar. Desenvolveu-se uma atividade sobre os tipos físicos encontrados nas modalidades de luta: sumô, karatê, boxe, judô e MMA, com imagens de lutadoras com vestimentas, lutadoras em sua vida cotidiana e mulheres que não são lutadoras, com prática propriamente das lutas entre meninas e meninos. Como resultado pode-se observar que os alunos compreenderam o tema, e reconheceram o que a sociedade discrimina as mulheres que praticam luta, porém alguns alunos entraram em contradição durante o discurso. Assim conclui-se que a escola é um dos principais locais de formação de cidadãos e cabe a ela junto com as demais disciplinas dentro do projeto politico pedagógico, inclusive a Educação Física, desenvolver reflexões sobre os temas "bullying", mulheres e praticas corporais/lutas contribuindo na educação em valores de seus alunos.

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