Resumo

Acreditamos que as recorrentes mudanças do cinema clássico, abrindo espaço no cinema para o pensamento feminista, tem chegado ao Brasil de diferentes formas e com diversas temáticas fortemente dentro do cinema independente. Neste sentido, nossa pesquisa surge da necessidade de compreender as transformações sociais e na produção audiovisual sobre a mulher atleta e suas possíveis relações com a Teoria Feminista do Cinema. Deste modo, nosso objetivo de trabalho foi analisar a obra cinematográfica brasileira “Mulheres Olímpicas”, estabelecendo suas possíveis relações com a teoria feminista do cinema. Realizamos uma análise contextual da obra através dos estudos de Gumbrecht. Nossas fichas técnicas de análise foram organizadas em dois momentos. O primeiro momento é composto pelos objetos e pelas condições da experiência estética do filme debatidos a partir dos elementos do texto fílmico. O segundo momento, regido pelos conteúdos e efeitos da experiência estética, está dividido nas categorias que surgem partir da análise de conteúdo de Bardin, a saber: desigualdade de sexo; desvalorização da atleta; lutas políticas e conquistas de espaço; diferentes mulheres brasileiras; objetos e marcas simbólicos e; desconhecimento da história do esporte olímpico brasileiro. Ao estudarmos as categorias, concluímos que o documentário não só apresenta relações com a Teoria Feminista do Cinema, como retrata imagens de mulheres brasileiras atletas que há muito tempo foram ofuscadas em sua visibilidade midiática e que, tributária a emergência dessa teoria, ganham olhares mais generosos à problematização dos espaços sociais ocupados pela mulher que predominam na obra.

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