Resumo

Essa dissertação se propõe a analisar comparativamente o fazer em dança com pessoas com deficiência visual na a Associação / Cia. de Ballet de Cegos, dirigida por Fernanda Bianchini (SP) e no Potlach Grupo de Dança, coordenado por Ida Mara Freire (SC). Refletir acerca do fazer em dança nesses dois trabalhos significou compreender os princípios metodológicos e os parâmetros estéticos que sustentam a prática da dança nos mesmos. Para tanto, inicialmente, realizou-se revisão bibliográfica a respeito do tema dança e deficiência visual e pesquisa na Internet buscando identificar propostas nacionais que incluem pessoas com deficiência visual. O estudo comparativo entre os grupos selecionados baseou-se nas produções acadêmicas das profissionais responsáveis pelos mesmos, em entrevistas semi-estruturadas e na observação dos vídeos de seus espetáculos. Uma vez que essas iniciativas se inserem no contexto da dança inclusiva, fez-se necessário compreender alguns indícios históricos que permitiram o surgimento desta. A partir da pesquisa realizada observa-se que a forma de abordar o corpo com cegueira está intensamente vinculada à concepção estética dessas profissionais. Logo, a presença de corpos com cegueira ou baixa visão na cena da dança pode resultar tanto na manutenção de uma estética tradicional, através da superação dos limites decorrentes da deficiência visual, quanto em uma estética diferenciada, pautada na exposição das singularidades sensoriais e perceptivas de cada corpo, vidente ou não. A coexistência dos trabalhos analisados evidencia a marcante característica da dança na contemporaneidade: a diversidade.

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