Resumo

As avaliações para o estudo da composição corporal são rotineiramente usadas no acompanhamento do estado de saúde, visando oferecer informações sobre os perfis de saúde. Tais avaliações são úteis para monitorar o crescimento e o envelhecimento e para analisar o processo de doenças, assinalando a necessidade de intervenções nutricionais e exercício. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a relação entre a prática de atividades físicas e os níveis de composição corporal dos acadêmicos do curso de Educação Física do IFCE-Campus Canindé. Para tanto, participaram da pesquisa 70 acadêmicos de Educação Física (59% dos alunos matriculados no curso no semestre em que a pesquisa ocorreu). 57% dos pesquisados era homens e 43% mulheres. Os valores médios e desvio padrão encontrados para homens e mulheres, respectivamente, foram: 23,90+4,59 e 24,53 ± 5,20 anos de idade; índice de massa corporal (IMC) de 25,64 ± 4,36 e 23,03 ± 3,50 kg/m²; relação cintura-quadril (RCQ) de 0,85 ± 0,05 e 1,46 ± 3,85; circunferência abdominal (CA) de 86,04 ± 10,77 e 80,51 ± 8,14 cm; percentual de gordura de 14,01 ± 6,6 e 26,98 ± 6,02%. 52,5% dos homens e 66,6% das mulheres apresentaram classificação de eutróficos para o IMC. Porém, 35% dos homens e 23,5% das mulheres apresentaram-se em sobrepeso; 7,5% dos homens e 6,6% das mulheres com obesidade grau I, 2,5% dos homens com obesidade grau II e 2,5 % dos homens com obesidade mórbida e ainda, 3,3% das mulheres com peso baixo. Dessa forma, 47,5% dos homens e 30,1% das mulheres estão acima do peso. A RCQ mostrou que 60% dos homens e 76,7% das mulheres apresenta risco (variando de moderado a muito alto) de desenvolver doenças cardiovasculares. A CA demostrou que 22,5% dos homens e 43,4% das mulheres apresentam risco (elevado ou muito elavado) de desenvolver doenças metabólicas. Dos homens classificados como ativos, 73% apresentaram percentual de gordura adequado e 27% percentual de gordura elevado. Dos homens classificados como inativos, 75% apresentaram percentual de gordura adequado e 25% percentual de gordura elevado. Das mulheres classificadas como ativas, 50% apresentaram percentual de gordura adequado e 50% percentual de gordura elevado. Das mulheres classificadas como inativas, 25% apresentaram percentual de gordura adequado e 75% percentual de gordura elevado. Os acadêmicos apresentam alta prevalência de sobrepeso e obesidade, corroborando com o quadro nacional e mundial no que diz respeito ao excesso de peso. Essa amostra, contraditoriamente, apresenta-se ativa. Não foi observada relação entre os elevados índices de gordura corporal com a inatividade física na amostra pesquisada. Apenas no grupo de mulheres inativas pode-se perceber uma tendência a haver relação entre o elevado percentual de gordura e o sedentarismo. Sugerimos a realização de mais pesquisas com esse foco, aumentando a população pesquisada e aprimorando os recursos metodológicos.

Acessar