Resumo

A prática insuficiente de atividade física tem sido apontada como uma das maiores preocupações entre o grupo populacional de crianças e adolescentes, com sérias implicações para a saúde e o bem estar. A escassez de pesquisas com enfoque em populações em minoria linguística cultural, como a população de pessoas surdas, traz a necessidade de investigação dessa variável para diagnóstico populacional, intervenções clínicas e propostas de ações entre gestores e comunidade, que garantam acesso e equiparação de oportunidades. Assim, este estudo teve por objetivo investigar e comparar os níveis de atividade física entre adolescentes surdos e ouvintes. Esta é uma pesquisa quantitativa, descritiva, com natureza investigativa e analítica, com amostragem não probabilística por conveniência. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM (protocolo 2570/2013). Para avaliar o nível de atividade física utilizou-se o Questionário de Atividade Física para Adolescentes (QAFA) traduzido para a língua brasileira de sinais (LIBRAS). A amostra foi composta por 31 adolescentes surdos e 31 adolescentes ouvintes, na faixa etária entre 9 a 19 anos, alocados em duas escolas distintas, na cidade de Uberaba/MG. Houve diferença entre os adolescentes surdos e ouvintes quanto aos níveis de atividade física, sendo que 29,03% dos adolescentes surdos e 61,29% dos adolescentes ouvintes foram classificados como ativos (p<0,05). Este estudo reafirma estudos nacionais que apontam resultados com baixo nível de atividade física na população de adolescentes. Com os resultados obtidos, ressaltase ainda uma preocupação com populações em minoria linguística cultural. Pesquisas com populações como esta (adolescentes surdos) podem revelar realidades pouco exploradas no universo acadêmico, bem como negligenciadas no cenário de iniciativas e ações governamentais em comunidade. O que salienta que a mediação entre a comunidade surda, órgãos, secretarias de esporte e saúde faz-se essencial na busca pela investigação e proposição de soluções para essa problemática. Assim como, iniciativas que busquem promover a prática de atividade física em adolescentes de diferentes culturas visando alcançar melhores índices de atividade física com impactos positivos na saúde.

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