Resumo

A história de João Havelange tem sido objeto de investigação e de curiosidade em diversas biografias escritas por jornalistas, acadêmicos, e até mesmo dirigentes. Em 2011, o Comitê Olímpico Brasileiro publicou um livro de memórias, uma espécie de mistura de uma longa entrevista do presidente de honra da FIFA e uma narrativa corrida escrita por dois jornalistas. É preciso dizê-lo que lidamos com um texto de caráter escrito, mas cujo teor e conteúdo é marcado pela oralidade, já que a maior parte dele constitui falas pinçadas do expresidente da CBD. Desta forma, o artigo pretende interpretar o discurso de memória contido na ‘peça de colecionar’, mostrando sua imbricação a certa  visão de mundo elaborada por e sobre Havelange, que, ao colocar o coração como símbolo e a cordialidade como o dever ser, reconstroem os arquétipos tipicamente ideais da liderança política à brasileira.  

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