Resumo

A capoeira foi reconhecida como esporte no Brasil em 1972 pelo Ministério de Educação e Cultura (BRUHNS, 2000). A partir da legalização da capoeira (1930), dois mestres despontaram em estilos diferentes desta modalidade, na década de 1930, em Salvador (CASTRO JÚNIOR, 2010). O trabalho de um destes, Manoel dos Reis Machado, o mestre Bimba, é o mote da presente pesquisa de iniciação científica. Campos (2006) afirma que Bimba deixou em Goiânia, a partir de 1970, um legado enraizado. O presente estudo é instigado a partir desta afirmação, ou seja, tem a intenção de examinar o “legado enraizado” por mestre Bimba em Goiânia, objetivando, de tal forma, compreender os caminhos da capoeira goianiense a partir de sua chegada. Metodologicamente este estudo analisa a realidade a partir de uma abordagem qualitativa. A este sentido o método de pesquisa Dialético-materialista enquadra-se como uma boa escolha, pois ao pressupor uma tipologia por objetivo compreensiva (VENTURA et al. 2015), enaltece a compreensão acerca da trajetória de mestre Bimba no desenvolvimento da capoeira em Goiás, bem como o resgate desta memória. O delineamento bibliográfico- documental vale-se de duas entrevistas, concedidas a Brito (2010), sobre a passagem de mestre Bimba pela cidade de Goiânia. Soma-se a estas outra entrevista prestada por mestre Luizinho aos proponentes deste estudo. Os relatos revelam que a capoeira goianiense, antes da chegada de mestre Bimba, limitava-se a atuação de dois professores (mestre Osvaldo Souza e mestre Sabú), pequenos espaços para a prática, pouco reconhecimento social e elevado grau de discriminação. É esclarecido que a passagem de Bimba por Goiânia caracteriza-se enquanto um marco, devido a sua capacidade de revitalização desta prática. Apesar de contributivos ao alavanque da cena goianiense de capoeira, os feitos de Bimba não se mostraram favoráveis aos seus anseios para com a cidade de Goiânia.