Resumo

O Basquetebol praticado nas ruas e parques dos Estados Unidos da América (EUA) adquiriu características próprias como: regras flexíveis, vencer em segundo plano, entreter o público etc. Notando isso, a mídia norte-americana criou o termo Streetball, para distingui-lo do tradicional. O Streetball tornou-se fenômeno mundial entre o final da década de 1990 e início dos anos 2000, principalmente por meio de ações da empresa AND1. No Brasil, o termo Streetball foi adaptado para Basquete de Rua, tendo suas primeiras menções datando dos anos 1990. Nos anos 2000, o Basquete de Rua brasileiro ganhou outras características, por meio de ações desenvolvidas por Organizações Não Governamentais (ONG’s), das quais destacamos a Central Única das Favelas, responsável pela criação da Liga Internacional de Basquete de Rua. Assim como fizeram as ONG’s brasileiras, que inspiradas no Streetball criaram suas próprias adaptações/versões dessa prática corporal, na Espanha a Federação Espanhola de Basquetebol criou o Tribasket, que serviu de inspiração para que a Federação Internacional de Basquetebol (FIBA) desenvolvesse a partir de 2007 o Basquete 3x3 (3x3). Diferente do Basquetebol em alguns aspectos (espaço de jogo, número de praticantes, pontuação etc), o 3x3 foi inserido no cenário mundial em 2009, desde então foram realizadas uma série de ações com intuito de difundi-lo (diferentes tipos de eventos, web sites, sistema de registro e ranqueamento etc), o que contribuiu para que fosse incluído nas Olímpiadas de Tókio-2020. No Brasil, esse papel de divulgação e organização da modalidade ficou por conta da Confederação Brasileira de Basquetebol e de outras organizações, como por exemplo: ANB3x3, Liga Campineira de Basquete de Rua (LCBR), entre outras. Compreendemos as práticas corporais citadas anteriormente por meio principalmente do referencial histórico-cultural (um dos referenciais da Pedagogia do Esporte), que nos permitiu entender o desenvolvimento histórico, influência da mídia, entre outros, e do referencial técnicotático, que nos auxiliou na identificação das semelhanças e diferenças técnicas e estruturais dessas práticas. O que nos permitiu, por meio de observação não participante de partidas de Basquetebol (que variaram desde o jogo 1 contra 1 a até 5 contra 5) realizadas em cinco quadras públicas e/ou de livre acesso da Região Metropolitana de Campinas (RMC) em 2016, compreender de que forma se organiza esta prática corporal nesses espaços de lazer, inclusive dos jogos disputados em meia quadra, por equipes compostas por trios (semelhante ao 3x3). No que diz respeito ao jogo disputado por trios, nota-se que não seguem as normas estabelecidas pela FIBA referente à modalidade, suas regras são flexíveis e variam de um local para outro, ou seja, possui características próprias, semelhantes às do Streetball norte-americano, apresentada por alguns autores. Portanto, podemos considerar que fora do contexto competitivo, o 3x3 não é praticado nos espaços de lazer observados na RMC, sendo o jogo disputado por trios, nesse caso, uma versão reduzida e adaptada do Basquetebol, ou ainda, do Streetball e/ou Basquete de Rua.

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