Resumo

Pesquisas revelam que a escolarização da criança tem se constituído, na maioria das vezes, num grande obstáculo para que se respeite o direito de brincar, ou seja, as atividades mais desenvolvidas pelas crianças durante o tempo que permanecem na escola se restringem à leitura, à escrita e ao formal da matemática, sendo totalmente dirigidas pela professora, que acaba sempre impondo uma tarefa para todos. Em função desses dados e de um trabalho anterior desenvolvido em uma brinquedoteca em Maringá - PR, realizamos uma pesquisa de campo em doze pré-escolas públicas e particulares, o que corresponde a 10% do total. Procuramos verificar se as crianças brincam de maneira espontânea; como brincam; que materiais utilizam; se os adultos incentivam, dão apoio e participam das brincadeiras. Para efeito de comparação, foram observadas, ainda, duas escolas municipais (Emeis) da região de Campinas - SP, em virtude de estarem vinculadas ao Programa de Educação Infantil e de 1º Grau (PROEPRE). Os resultados obtidos confirmam a nossa hipótese de que a forma como é estruturada a educação pré- escolar nesta cidade não possibilita às crianças o exercício de suas atividades lúdicas. Em contrapartida, as Emeis desenvolvem um trabalho em que o lúdico é muito enfatizado, em qualquer situação. Diante dos dados, há urgência em se resgatar o brincar em todas as pré-escolas. Para tanto, faz-se necessário investir na formação do educador e na conscientização de toda a sociedade quanto à importância disso.

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