Resumo

Essa pesquisa, financiada pelo CNPq na linha de pesquisa intitulada Educação, Lazer e Cultura, teve início em agosto 2001. Trata-se de uma pesquisa que tem como objetivo problematizar as práticas lúdicas da infância. O caminho escolhido é o estudo das práticas de espaço, a partir de uma possível leitura do brincar da rua e da escola, em uma tentativa de perceber as operações dos usuários/ crianças na vida cotidiana. A pesquisa surge a partir de interesses comuns de pessoas que fazem, em seus estudos, menção a lugares que se inter- elacionam: a escola e a rua. Tal escolha é motivada pelo desejo de ampliar conhecimentos sobre esses espaços, considerando que eles são privilegiados para a observação das práticas lúdicas da infância e cenários propícios para a observação de embates, conformações e tensões na produção do brincar. Buscando compreender as manifestações do brincar como prática cultural da infância, a qual adquire forma nos mais variados tempos e espaços sociais, essa pesquisa tem por objetivo pensar a prática do brincar como possibilidade de construção de resistência às determinações culturais, às quais, também, a infância está exposta. Aqui importa-nos discutir o brincar como forma de tensão a um sistema que, cada vez mais, tende a inibi-lo, entendendo a criança como sujeito que não só se conforma e se adapta aos apelos de regulação impressos nas estruturas culturais, mas que também resiste a tais imposições, apropriando-se de tempos e espaços na produção da cultura do brincar. A nossa intenção com essa pesquisa é contribuir para o debate sobre a cultura do brincar da escola e da rua, apontando, como importante elemento para o desvelamento dessa realidade, as contribuições de MICHEL DE CERTEAU.