Resumo

Considerando o ensino superior como espaço de aprendizagem das novas gerações profissionais, torna-se fundamental investigar e analisar as demandas do corpo nos cursos de licenciatura. Este trabalho objetivou investigar, no discurso dos professores que atuam na docência dos cursos de licenciatura em Educação Física da região sul do estado de Goiás, a percepção que têm de corpo. O trabalho aborda o curso de formação de professores e seus pressupostos na construção de uma identidade docente que supere a dicotomia platônica cartesiana que gerou a visão de corpo como máquina e objeto; aborda a Teoria da Corporeidade como tentativa de superar a dicotomia histórica entre corpo e mente presente na Educação Física; apresenta influências que determinaram as concepções ao longo da história, da antiguidade clássica aos dias atuais; por fim, apresenta as influências sofridas pelo corpo na escola para fazer reflexões sobre as concepções que os ingressantes têm ao chegar ao ensino superior. A pesquisa fez uso, como procedimento metodológico, da pesquisa qualitativa e exploratória. Como técnica de investigação, foi utilizada entrevistas registradas em áudio e vídeo. Para as análises, foi utilizada a Técnica de Elaboração e Análise de Unidades de Significado. Com resultados encontrados pelas unidades de significado, foi possível identificar nos discursos dos professores concepções que aludem a uma visão de corpo que se aproxima de uma compreensão existencial. Por isso, talvez seja necessário oferecer uma proposta que oriente e lhes dê sustentação, que se apresente como um direcionamento para suas práticas educativas e formativas quando se trata da corporeidade. Nesse sentido, propõe-se a Teoria da Corporeidade como possibilidade de trato sobre o corpo, a qual o redefiniria nas aulas de Educação Física, não só pelo corpo em movimento, mas também pelo corpo do ser humano que se movimenta.

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