Resumo

Introdução: O envelhecimento é um processo biológico acompanhado pela redução da capacidade física e por uma maior suscetibilidade ao desenvolvimento de doenças, como consequência, observa-se uma diminuição da expectativa de vida. Por outro lado, a prática regular de atividades físicas com intensidade moderada-vigorosa (AFMV) pode retardar os efeitos deletérios do envelhecimento, impactando positivamente na saúde e na independência funcional de idosos. Objetivo: Avaliar o cumprimento das diretrizes de atividade física mensurada por acelerometria em idosos e verificar sua associação com a composição corporal e a aptidão física destes. Metodologia:  28 idosos (67,5 ± 5,5 anos), não institucionalizados, com idade entre 61-81 anos foram convidados a participar do estudo. As atividades físicas foram monitoradas por um acelerômetro tri-axial por sete dias consecutivos. A composição corporal foi estimada por bioimpedância. A aptidão física foi determinada por meio da força de preensão palmar (dinamômetro mecânico manual), força de membros inferiores (teste de sentar e levantar por cinco vezes), capacidade funcional aeróbia (teste de caminhada de 6-min) e flexibilidade (banco de Wells). As recomendações de atividade física utilizadas foram: número de passos > 10.000/dia e ≥ 150 min/sem de AFMV em sessão ≥ 10 min contínuos. Resultados: O percentual de sujeitos que realizaram > 10.000 passos/dia foi de 17,8%. Apenas 14,8% dos indivíduos acumularam ≥ 150 min/semana de AFMV em sessões ≥ 10 min contínuos. Sujeitos com percentual de gordura (%G) acima do recomendado acumulam menor quantidade de passos, AFMV min/dia, AFMV min/semana e apresentam menor força de preensão palmar e uma menor distância percorrida no teste de caminhada de 6-min comparado aos sujeitos com %G dentro do recomendado. Em adição, foi observada uma correlação inversa entre o número de passos com %G (r=-0,44). Considerações finais: Idosos com %G elevado apresentam um menor nível de atividade física, capacidade de força e aptidão cardiorrespiratória. O baixo percentual de sujeitos que cumprem os níveis recomendados de atividades físicas indicam uma maior necessidade de informar os idosos sobre a importância do nível de atividade física.