Resumo

O esporte moderno nasce no seio das escolas públicas inglesas como mais um princípio do processo educativo. Neste contexto educacional o esporte passa a representar uma forma civilizadora de polir os instintos humanos (agressividade, violência, paixão etc), tal como concebe Elias (1992). Todavia, rapidamente tornou-se também um ramo da ordem capitalista, onde a lógica basal é o acúmulo. E o esporte, ao ser governado pelos interesses passou a ser um local de negócios, apostas e divertimentos. O objetivo deste texto é promover a reflexão sobre o processo de desenvolvimento do futebol no Brasil, focado nas tensões entre os ideais amadores e os valores do profissionalismo. O esporte a partir do momento em que assumiu o profissionalismo passou a conviver com sentimentos e significados, à primeira vista, antagônicos e inconciliáveis: interesse financeiro e paixão. Para sustentar as hipóteses apresentamos argumentações da mídia e dos torcedores que reforçam a permanência dos ideais amadores nos pressupostos utilizados acerca das transferências de dois jogadores brasileiros para o futebol europeu. O primeiro, Ronaldo Luís Nazário de Lima (o Fenômeno), que jogou em muitos equipes europeias, o segundo é Neymar da Silva Santos Junior que foi comprado junto ao Santos F. C. pelo F. C. Barcelona em 2013.

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