Resumo

Podemos começar com Lukács: “o domínio da categoria de totalidade é o portador do princípio revolucionário da ciência”i . Por isso, qualquer teoria (ou prática), por si só, não passa de um tremendo embuste. Mas também “práxis sem teoria(…) tem que fracassar”ii. Quando ousei adiantar à minha maneira e através de uma tese de doutoramento, a existência da ciência da motricidade humana, logo insisti na diferença metodológica entre ciências naturais e humanidades. Karl-Otto Apel afirma, sem subterfúgios: “existe uma diferença de interesse cognitivo entre as ciências naturais típicas (que estão interessadas em explicação causal, nomológica ou estatística) e as ciências hermenêuticas, as humanidades”iii. Se trabalhamos com pessoas (e não com físicos) é evidente que é ao nível do humano que a impropriamente denominada Educação Física se situa e onde decorre. E trabalhamos (e estudamos) o humano, em que situação específica? Karl-Otto Apel denuncia “os que tentam fazer história da ciência apenas através de explicações externas”iv, sem ter em conta os paradigmas que distinguem as diversas ciências. Não há ética no discurso, se não se é radical na teorização de que nos ocupamos.

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