Resumo

RESUMO Este trabalho centra-se na análise da marcha em crianças hemiplégicas espásticas por paralisia cerebral. Na hemiplegia existem anomalias no padrão de marcha e no controlo postural. O uso de ligaduras funcionais (tapes) contribui como um meio de controlo do pé, para melhoria do padrão de marcha e da estabilidade postural. Os objectivos principais deste estudo prendem-se com a quantificação dos efeitos na marcha, em crianças hemiplégicas, da colocação de ligaduras funcionais (forças de reacção ao solo, actividade muscular e parâmetros cinemáticos) e na estabilidade postural, imediatamente após a primeira colocação dos tapes e decorridos três meses de uso continuado. Recorreu-se a uma amostra experimental composta por 7 crianças hemiplégicas de ambos os sexos e a um grupo controlo sem qualquer patologia. Para a análise da marcha utilizamos um sistema de vídeo 2D, plataforma de forças e aparelho de electromiografia. O estudo cingiu-se à análise da fase de apoio do ciclo de marcha e do membro inferior afectado. As principais conclusões retiradas deste estudo foram que a aplicação de ligaduras funcionais conduz a alterações no padrão de marcha e no controlo postural, promovendo um aumento da flexão dorsal do pé na fase de ataque ao solo e aumento da extensão do joelho na fase final de apoio, facilitando um aumento da actividade do músculo tibial-anterior e inibição parcial do tricípete sural na fase de ataque ao solo. Em suma, admitimos que os resultados obtidos após três meses de uso contínuo das ligaduras funcionais significaram alterações potencialmente positivas no padrão de marcha destas crianças. Palavras-chave: paralisia cerebral, hemiplegia, ligaduras funcionais (tapes), padrão de marcha, controlo postural