Resumo

Introdução: As competições no judô são divididas a partir de faixas etárias dos atletas, sendo a cada dois anos nas categorias mais jovens e pode chegar a cinco anos nas mais velhas. Essa diferença de idade biológica entre indivíduos com a mesma idade cronológica situados dentro de uma mesma categoria ou faixa etária é chamada de Idade Relativa (IR). O Efeito da Idade Relativa (EIR) pode ser definido como uma possível vantagem de atletas nascidos no início do ano da seleção, sobre atletas nascidos posteriormente. Objetivo: O objetivo do presente trabalho è associar o EIR ao desempenho competitivo em atletas do sexo feminino nos Campeonatos Brasileiros de Judô do ano de 2014. Metodologia: Fizeram parte do presente estudo 671 atletas de judô do sexo feminino, subdivididas em seis categorias etárias. As datas de nascimento foram consultadas no site oficial da CBJ e a classificação da competição foi analisada baseada na súmula dos campeonatos. As atletas foram divididas em 3 grupos de desempenho: G1-1º, 2º e 3°s, G2-5°s e 7ºs e G3 - a partir do 9°. Posteriormente, a data de nascimento das atletas foi categorizada em "Quartis" (Q) sendo janeiro a março-Q1, abril a junho-Q2, julho a setembro-Q3 e outubro a dezembro - Q4. O teste qui-quadrado (x2) foi empregado para comparar os valores observados (VO) e esperados (VE) dos participantes adotando significância como p < 0,05. Uma análise post hoc com o teste de comparação múltipla foi usada para ajustar a significância pelo método de Bonferroni, identificando onde estavam as diferenças significativas. Essa análise modificou o valor de p, ajustado para p<0,00417. O programa estatístico utilizado foi o SPSS 25.0. Resultados: De acordo com o teste Qui-Quadrado (Tabela 1), ao contrapor os valores observados e esperados, nenhuma diferença significativa (p<0,00417) foi identificada nas categorias sub-13, sub-15, sub-21 e sub-23. Por sua vez, na categoria sub-18o Q4 em G3 obteve um VO significativamente maior do que o VE (VO-20: VE-13; p=0,002). Já na categoria sênior, diferença significativa foi constatada no 3° quartil do G3 (VO-20; VE 12,7; p=0,001). Em contrapartida, na mesma categoria o VO foi menor do que o VE no Q3 em G2 de forma significativa (VO 1: VE 8,1; p=0,001). Conclusão: Pudemos concluir que o EIR foi identificado em atletas de judo do sexo feminino participantes do Campeonato Brasileiro sub-18 e sénior do ano de 2014, indicando que talvez a forma de divisão etária seja ineficaz para tais casos.

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