Resumo

O principal objetivo desta pesquisa foi analisar o fenômeno do Efeito Posterior Duradouro de Treinamento (EPDT) decorrente de uma etapa (A) de carga concentrada de força durante o ciclo anual de treinamento. Adotou-se uma abordagem longitudinal com o intuito de controlar a dinâmica da alteração de diferentes capacidades condicionais e coordenativas (velocidade máxima de deslocamento, força explosiva e rápida), de acordo com os macrociclos, etapas e microetapas que compuseram a estrutura temporal do processo de treinamento. A amostra foi composta de 21 (vinte e uma) atletas, do sexo feminino, sendo onze da categoria infanto-juvenil (idade variando entre 15,8 - 17,1 e média de 16,3 anos) e 10 (dez) da categoria juvenil (idade variando entre 16,3 - 20,1 e média de 18,1 anos), pertencentes a equipe de voleibol do Serra Negra Esporte Clube Estado de São Paulo). Com base na análise estatística dos dados, obtidos através do calculo da média, desvio padrão e Tukey HSD post-hoc e, observado o nível de significância, fixado em p< 0,05 (5%), foi possível concluir que a atleta jovem submetida durante a etapa inicial de treinamento (A), à uma carga concentrada de força de notável volume, composta de exercícios de preparação geral e preparação especial, apresentou alteração positiva ou negativa da homeostase da capacidade de rendimento. Esta alteração manifestou-se em diferentes níveis de intensidade e tempo de duração, seguido de um crescimento ou não destes índices a um nível superior, após a diminuição do volume da carga, obedecendo a uma dinâmica característica da faixa etária, diferentemente do modelo da dinâmica apresentada pelos atletas de alto nível. Também, verificou-se que a magnitude da manifestação do fenômeno do EPDT nas etapas B e C, respectivamente, pré-competitiva e competitiva, apresentou estreita relação com a magnitude da alteração da homeostase obtida na etapa inicial (A). No caso da equipe infanto-juvenil, a alteração positiva moderada de longa duração da homeostase (APMLD) apresentou a mais alta eficácia em relação à magnitude da manifestação do EPDT da velocidade máxima de deslocamento, enquanto que, a alteração positiva profunda de longa duração (APPLD), positiva moderada de longa duração (APMLD) apresentou a mais alta eficácia em relação à magnitude da manifestação do EPDT da força explosiva e rápida. No caso da equipe juvenil, a alteração positiva profunda de longa duração (APPLD), positiva moderada de longa duração (APMLD) apresentou a mais alta eficácia com relação a magnitude da manifestação do EPDT da força explosiva e rápida, enquanto que, a alteração positiva moderada de longa duração da homeostase (APMLD) apresentou a mais alta eficácia com relação a magnitude da manifestação do EPDT da velocidade máxima de deslocamento. Acredita-se que o controle da alteração da homeostase e sua relação com a magnitude do EPDT constitua-se em um novo enfoque metodológico, fundamental para melhor adequação dos estímulos de treinamento para os atletas jovens.

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