Resumo

Os autores analisam a ambivalência das representações sobre a “raça negra” no espaço do futebol brasileiro. Para tanto, observam o que a literatura versa sobre o preconceito racial que opera no Brasil e discutem como o elogio ao negro no futebol serviu para a construção positiva da identidade nacional e para a manutenção da hierarquização social oriunda da escravidão. No fio da navalha entre “hierarquizar” e “integrar”, os adjetivos corporais privilegiados na “raça negra” contrapunham-se aos da racionalidade da “raça branca”. Pensado após a abolição, o efeito perverso do elogio reside no fato de distanciar os negros das atividades superiores, ou intelectuais, indicando os campos de futebol como um dos seus espaços de integração naquela sociedade republicana e liberal.

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