Resumo

Os efeitos da Segunda Guerra Mundial sobre a população de origem alemã no Rio Grande do Sul estão relativamente bem estudados. No entanto, estudos sobre o período posterior estão aparecendo apenas num passado mais recente. Isso vale tanto para as relações entre Brasil e Alemanha quanto para aquilo que aconteceu nas Sociedades/Clubes alemães no Rio Grande do Sul/Brasil. Aqui se pretende abordar na perspectiva dos efeitos da guerra sobre a mudança da prática de esportes que são desconhecidos e ou esquecidos na vida dos cidadãos de origem alemã nas Sociedades gaúchas que praticavam esportes. A guerra tinha dado origem a muitos conflitos, seja com a sociedade envolvente seja com agentes de Estado brasileiros. Aquilo que aconteceu durante a guerra tinha uma longa história que se, por um lado, interrompeu tradições de convivência harmônica, por outro, atiçou essa discussão. O objetivo do presente é exatamente levantar questões sobre os esportes que se praticava anterior a guerra e que ao seu final não se conhecia mais ou se esqueceu por força legais do Estado Novo. A pergunta inerente ao tema é como as inúmeras Sociedades alemãs principalmente a Sogipa,1867 (Sociedade Ginástica Porto Alegre), após guerra desconheciam e ou esqueceram os esportes praticados tão intensivamente antes da guerra por período tão longo? Os autores que dão suporte a essa discussão são as de Gertz (1991), Seyferth (1982) e Tesche (1996) os quais já a longa data tentam fazer entender muitos dos aspectos históricos que aconteceram no cenário da imigração alemã no Rio Grande do Sul/Brasil em suas publicações. Num primeiro momento do pós-guerra, a “colônia” – e isso inclui a italiana – articulou-se de forma relativamente eficaz para eleger seus representantes ao parlamento gaúcho, assim que a presença de sobrenomes alemães e italianos foi muito significativa na legislatura iniciada em 1947. No ano de 1941, o governo de Getúlio Vargas fez surgir, o Decreto-Lei 3199, de 14 de abril de 1941 , tentou normatizar os esportes no Brasil, não que as sociedades teuto-brasileiras não tivessem estruturas, não tivessem organização interna, mas foi uma tentativa de normatizar todos os esportes, independente das tendências dos demais clubes, das entidades. O governo federal institui a primeira organização esportiva do País, criando o Conselho Nacional de Desportos, as confederações, federações e ligas, regulamentando a ordem desportiva no país. No seu artigo 6º, o Decreto determinou que em cada Estado e território fosse criado um Conselho Regional de Desportos.