Resumo

Este artigo foi escrito a partir do projeto de pesquisa que será desenvolvido junto ao curso de Mestrado em Educação Física na Universidade Federal do Paraná. Buscará discutir a influencia do Estado no desenvolvimento do esporte universitário paranaense. As sociedades contemporâneas têm passado por importantes modificações no decorrer do século XX e inicio do século XXI. Estas mudanças atingem também a estrutura do campo esportivo, que vem passando por profundas transformações, incorporando novos elementos, estabelecendo novas relações e delineando um processo de modernização. Esse processo, no Brasil, pode ser constatado com mais clareza em esportes massificados mais tradicionais, como o futebol e o voleibol, onde o esporte já passou por um processo de profissionalização dos atletas, e caminha para a profissionalização da gestão esportiva, voltada para a mercantilização e espetacularização do esporte (MARCHI JR., 2001; MEZZADRI, 2000; PRONI, 1998). O esporte universitário brasileiro em geral, e o paranaense, tema deste estudo, porém, encontra-se na contramão deste processo. Buscaremos concentrar nosso estudo em entender a modernização do esporte, marcado pela mercantilização, espetacularização e na crescente aproximação com o mundo dos negócios, identificando porque o esporte universitário não vem acompanhando estas mudanças e porque se apresenta como um segmento desestruturado, desorganizado e desacreditado do esporte brasileiro. Para aqueles que não acompanham a situação do esporte universitário brasileiro, é interessante que pontuemos alguns aspectos e fatos que caracterizam o atual modelo de gestão. Buscaremos sintetizar nossos argumentos frente ao atual quadro do esporte universitário brasileiro através das palavras do jornalista Renato Marques: “O ano de 2003, em especial, foi um claro exemplo de que as coisas não andavam bem... Ao mesmo tempo em que diversos torneios regionais, e mesmo nacionais, como a Taça Brasil de Futsal, eram cancelados dias antes da abertura, o esporte universitário brasileiro viu todas as modalidades coletivas ficarem de fora da Universíade por falta de recursos. A situação se agravou bastante durante o mês de julho, em que se realizou a 51ª edição do JUBs (Jogos Universitários Brasileiros). Os graves problemas vividos na organização resultaram no abandono de diversos atletas, quase levando a competição ao fracasso”.38 Pelas palavras do jornalista podemos verificar que o ano de 2003 foi mais um dos anos em que a desordem marcou as ações da CBDU (Confederação Brasileira de Esportes Universitários). Situação semelhante vive a grande maioria das federações estaduais de esporte universitário, afundadas em crises financeiras graves, problemas institucionais e administrativos.

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