Resumo

O futebol é um negócio que envolve vultosas transações comerciais. Num ambiente de elevada competitividade, no qual diferentes modelos de gestão empresarial foram adotados, vários clubes europeus viram, na Bolsa de Valores, uma alternativa para ampliar seu poder econômico. Essa estratégia ainda não foi testada no Brasil, mas o Projeto de Lei n. 5.082/2016 pretende viabilizar a entrada de equipes na BM&FBovespa com a criação da Sociedade Anônima do Futebol. O objetivo do artigo é analisar a viabilidade de abertura de capital para grandes equipes nacionais como fonte de financiamento e estratégia de valorização patrimonial. Constata-se que a alta instabilidade das receitas e a fragilidade financeira das equipes constituem sérios obstáculos. Mesmo clubes com gestão financeira responsável não estão aptos para atender as normas da CVM, devido a questões de natureza jurídica. Para que times brasileiros possam ingressar na Bolsa de Valores são necessárias profundas alterações na estrutura de propriedade e na governança corporativa. E não há garantia de que a conversão do clube em sociedade anônima propicie melhor desempenho econômico. 

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