Resumo

Pouco espaço resta para o idoso da família contemporânea, cujos membros, embora juntos, vivem hoje o isolamento decorrente de uma família fragmentada e fragilizada. No universo plural da família há maneiras diferentes de cuidar dos idosos. As histórias das famílias são singulares e se dão na experiência do pertencimento. A família é um grupo com história que compartilha uma rede de afetos. Tanto os homens como as mulheres necessitam desse mundo afetivo para sobreviver. Os idosos sempre foram os detentores da memória familiar e os narradores por excelência. Com freqüência, essas narrativas emergem como fragmentos de fios interrompidos decorrentes de vínculos que foram se perdendo no curso do ciclo de vida familiar. Este artigo ressalta a importância do resgate e manutenção dos vínculos familiares nos programas para idosos, buscando narrativas que expressem a memória afetiva e atualizem a rede dos afetos. E sugere políticas públicas intersetoriais que estimulem a rede social para o idoso e envolvem sua família.