Resumo

O objetivo deste estudo foi identificar o potencial impacto do treinamento de alta intensidade sobre as características antropométricas e maturacionais de ex-atletas da ginástica artística feminina e comparar a estatura adulta com padrões internacionais de crescimento. Uma amostra composta de 23 ex-atletas de elite da ginástica artística feminina brasileira foi avaliada. A partir de uma retrospectiva histórica média de 29,56 anos, foi determinado o tempo médio de formação [9,3 (2,6) anos], horas semanais de treinamento [24,26 (4,2)] e tempo após encerramento da carreira competitiva (13,61 ± 5,12 anos). A partir dos dados antropométricos das ginastas (quando ativas), o alvo parental da estatura das ex-atletas, de suas irmãs mais velhas (1) e mais jovens (2) foi calculado pelo método de Tanner {[(Altura do pai - 13 cm) + Altura da mãe] ÷ 2}. Além disso, o histórico de treino, idade de ocorrência da menarca e classificação do crescimento segundo os padrões internacionais, foram registrados para comparações. A estatura média das ex-atletas apresentou normalidade esperada para estatura adulta (NCHS), e em alguns casos ultrapassaram os valores dos percentis 75%, 90% e 95%. As ex-atletas foram maiores do que suas mães (p = 0,039), mas não diferiram da irmã 1 (0,952) ou irmã 2 (p = 0,998). A idade da menarca daquelas foi significantemente mais tardia do que de suas irmãs 1 (p = 0,008) e 2 ( p = 0,017). Em relação às referências brasileiras (IBGE), a altura final das ex-ginastas foi sempre maior do que o padrão nacional, ligeiramente menor do que suas irmãs 2 em alguns momentos (centis 5 e 10), mas eram mais altas do que suas mães e irmãs 1. Em conclusão, não há evidências de que o treinamento de alto impacto da ginástica artística resulte em efeitos adversos sobre a estatura adulta final das atletas.

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