Resumo

Parece contra intuitivo pensar que as pessoas em zonas de conflito têm oportunidade ou tempo para participar em atividades de lazer e cultura. O conflito, sobretudo o conflito armado, conduz a situações em que os direitos sociais e culturais das pessoas são suprimidos. Para a maioria dos estudiosos do tema, o lazer caracteriza-se pelo tempo livre, quer dizer, “liberado das obrigações profissionais, familiares, políticas e religiosas” (Andrade 2011: 3). Poderíamos pensar que o conflito – em zonas de guerra ou em situações de grande suplício como no Holocausto – requer outra obrigação: manter seguros à família e si mesmo, deixando pouco tempo para se dedicar ao lazer. Os estudos ao respeito indicam que o lazer e a cultura também servem as importantes funções de dignificar as pessoas presas à violência, fazer a vida suportável, permitindo escapar momentaneamente das ameaças, e/ou resistir às forças que as impõem, também abrindo a possibilidade de não ser simples espetador ou consumidor, mas também autor e criador. Também são formas de manter tradições quando o conflito as destrói. 

Acessar