Resumo

Esta pesquisa teve como proposta analisar a cobertura da fosfoetanolamina sintética realizada pelo portal de notícias G1- São Carlos e Araraquara, tendo como referência o período de agosto de 2015 a julho de 2016, momento em que teve início as solicitações de liminares de pacientes com câncer para obtenção do composto químico até o começo dos testes clínicos. Desta forma, pretendeu-se entender as estratégias jornalísticas para produção de notícias utilizadas pelo portal neste assunto, uma vez que a cobertura do caso ultrapassou os limites regionais do site, alcançando audiências em todas as partes do Brasil e demais veículos de comunicação. Para isso, trabalhamos com as contribuições de Michael Schudson (2010), Walter Lippmann (2008) e Siddhartha Mukherjee (2012) na fundamentação teórica sobre o papel da mídia na produção de acontecimentos midiáticos de saúde pública, em especial o câncer. A análise de conteúdo preconizada por Laurence Bardin (2016) foi utilizada para examinar profundamente e decodificar o material delimitado pelo estudo e a entrevista de profundidade (DUARTE; BARROS, 2011) permitiu observar os interesses da empresa de comunicação presentes na cobertura. Sucintamente, obtivemos como resultado da análise que o G1 – São Carlos e Araraquara fomentou a opinião pública sobre o caso da fosfoetanolamina sintética, oferecendo conteúdos para que a sociedade pudesse discutir e, consequentemente, promover ações para validar seus direitos cívicos no campo da saúde. Os dados também deixaram evidente que o portal regional sofreu influências de diversos segmentos e atores sociais durante a cobertura, o que ocasionou uma mudança de postura no tratamento da “pílula do câncer” e dos personagens-chave desse caso. Em suma, conseguimos compreender a função desempenhada pela mídia na produção de notícias relacionadas à saúde pública por meio da questão da fosfoetanolamina sintética.

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