Resumo

Devido as características do ciclismo, a nutrição e a hidratação exercem uma grande influência na performance do ciclista. O objetivo deste trabalho foi verificar o nível de conhecimento dos ciclistas brasileiros no que diz respeito aos conceitos sobre de nutrição e hidratação relacionados ao rendimento. Dos 102 participantes, 58% (n= 60) responderam um questionário contendo 32 perguntas sobre hábitos relacionados à alimentação e a hidratação antes, durante e após os treinos e competições. Os resultados obtidos confirmaram a hipótese da falta de conhecimento dos ciclistas, pois detectou-se que as questões alimentares tem merecido pouca atenção, restringindo-se a comportamentos alimentares domésticos e eventuais, sendo que muitas vezes o conhecimento é passado através de conversas com outros ciclistas. Dos entrevistados, 95% não possuem apoio de um nutricionista. Alguns equívocos ficaram aparentes, como no caso da questão sobre o tempo ideal para reposição alimentar após o esforço, visando uma melhor reposição do glicogênio: 20% dos ciclistas responderam que depende do indivíduo; 15% escolheram até 2 horas e 11,6% não responderam. Quanto a hidratação, ficou claro também um grande desconhecimento sobre os métodos corretos, e principalmente, relacionando a influência da umidade relativa do ar na perda de líquidos e a importância da reposição hídrica e de eletrólitos. Por exemplo, quando questionados sobre a realização da atividade com umidade do ar elevada: 55% responderam que não perdemos mais líquidos que o normal; 66,6% responderam que é mais fácil para realizarmos a atividade; 65% responderam que não é necessário ingerirmos mais líquidos do que o normal. Deste modo, verificou-se a necessidade informar melhor o ciclista, no sentido de prevenir problemas como fadiga muscular ("prego de fome" como é conhecida no meio), que freqüentemente ocorre durante as competições e conseqüentemente melhorar a performance.