Resumo

Introdução: O Kendo é uma arte marcial de origem japonesa enraizada na cultura samurai, cujo objetivo é acertar o oponente em determinados pontos do corpo com o uso de uma espada de bambu. Para que o golpe seja considerado válido, são avaliados o ki (energia), o ken (uso da espada) e o tai (postura), que devem ocorrer de maneira sincronizada e harmoniosa. Objetivo: O objetivo do presente trabalho foi o de analisar o perfil dos ingressantes matriculados em um dojo da cidade de São Paulo e refletir sobre as implicações pedagógicas a partir dos dados encontrados. Método: Os dados foram coletados a partir do banco de dados de inscritos na instituição entre 2015 e 2018, os quais foram analisados através da estatística descritiva. Resultados: No período em questão, 141 pessoas iniciaram a prática do Kendo na instituição, sendo desses 84% adultos. A média de idade encontrada para este grupo foi de 30,33 anos e as mulheres representam apenas 12,76% do total considerado. Foi possível constatar que apenas 19,85% dos indivíduos, que iniciaram a prática no período considerado, permanecem até hoje. Conclusão: O perfil elucidado por essa análise nos leva a algumas reflexões. Tradicionalmente, a prática de artes marciais, especialmente as mais clássicas como o Kendo, envolvem em seu processo de ensino-aprendizagem habilidades que não fazem parte do repertório motor das pessoas, muitas repetições e poucos momentos de reflexão sobre o que está sendo executado, o que pode levar a um progresso lento, causando desmotivação e interrupção da prática. Além disso, nesta prática há uma considerável exigência do ponto de vista do condicionamento físico, o que pode fazer com que o praticante iniciante descontinue o seu envolvimento. Certamente existe espaço para se discutir como tornar a iniciação ao Kendo mais prazerosa e aumentar a possibilidade de uma prática duradoura.

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