Resumo

Este estudo teve por finalidade determinar o perfil profissional de um Técnico de Handebol, segundo a opinião dos atletas brasileiros de Handebol, integrantes de Seleções Estaduais. Participaram do estudo 144 sujeitos, sendo 87 atletas do sexo masculino e 57 do feminino que integraram as seleções dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Paraíba e Maranhão, nos Campeonatos oficiais de 1982 e 1983, na categoria adulto. Para o levantamento de dados, foram utilizados dois instrumentos. O primeiro instrumento constou de um questionário aberto, onde 38 atletas de Handebol de Santa Maria listaram características, que entendiam ser importantes a um Técnico de Handebol no desenvolvimento de sua função. O segundo instrumento constou de um Escala de Medida das Características do Técnico de Handebol (EMCATEH), construído a partir das vinte características mais valorizadas no instrumento anterior. Estas características foram englobadas em três áreas a saber: "Área do Conhecimento", "Área da Personalidade e Caráter" e "Área dos Aspectos do Relacionamento Social". Aos atletas integrantes das seleções estaduais coube enumerar de um a vinte as características, por ordem de importância. O coeficiente de fidedignidade, 0.88, foi obtido através do cálculo do coeficiente de correlação de Spearmann-Ranck-Order. Os resultados obtidos foram tratados estatisticamente através da mediana e do teste U de Mann-Whitney. As dez características mais valorizadas pelos atletas, tanto do sexo masculino como do feminino foram: "Ter capacidade de dialogar com seus atletas", "Respeitar para ser respeitado", "Ter responsabilidade", "Ter segurança", "Ter capacidade de manter a união do grupo", "Ter capacidade de manter a disciplina", "No decorrer do jogo ser capaz de identificar os pontos fortes e fracos de sua equipe e adversária", "Ter conduta moral exemplar", "Não demonstrar preferência dentro da equipe", "Ter capacidade de organização". Constatou-se que as características inseridas na área de "Personalidade e Caráter" foram mais valorizadas tanto pelos atletas do sexo masculino como feminino, do que as características inseridas na área do "Conhecimento". Para os atletas do sexo masculino as características da área dos "Aspectos do Relacionamento Social" foram mais valorizadas do que as da área do "Conhecimento" não se podendo, no entanto, comprovar o mesmo para os atletas do sexo feminino. A comparação entre os atletas do sexo masculino e feminino quanto à valorização das três áreas, não evidenciou diferenças significativas. A análise deste perfil, elaborado pelos atletas brasileiros, nos permite inferir que suas aspirações estão voltadas para que seu Técnico, de Handebol, possua características, fundamentalmente, de um educador.

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