Resumo

Uma característica evidente do circo é a multiplicidade. Isso se expressa de diferentes maneiras (práticas corporais, modelos de espetáculo, espaços, etc.) e revela traços peculiares dessa arte. Em uma visão global, há indícios de elementos comuns que parecem guiar a criação e definir a estética do circo. A exemplo, o risco, o extraordinário e a demonstração de habilidades são temas recorrentes que retratam o fazer circense. De fato, o processo histórico do circo e suas tendências atuais conformam uma arte plural e complexa. Frente a essas características, estabelecer bases elementares para a iniciação ao circo tem como barreira uma tendência ao tecnicismo e à reprodução de tradições. Por um lado, existem propostas de ensino centradas no aprendizado de habilidades circenses. Por outro, um modo de transmitir esses saberes em uma organização marcada pela manutenção do legado de famílias circenses e sujeitos históricos. Em ambos os casos não fica evidente como a pedagogia processa a educação artística e estética e quais são as bases para estimular a criatividade, a inovação e a expressão de si concernentes a uma arte. A recente emergência do circo no âmbito acadêmico nos mostra uma carência de registros sobre a fundamentação pedagógica e metodológica para a iniciação artística em circo. Por exemplo, observamos com frequência a importação de modelos de ensino de outras práticas (como o esporte) e a reprodução de abordagens de outras artes.

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