Resumo

Avaliar é um assunto complexo, e na Educação Física escolar, essa prática carrega dinâmicas avaliativas intrincadas em modelos que nem sempre consideram a totalidade da pessoa que aprende. Assim, com o intuito de dar visibilidade a novas possibilidades de avaliação no âmbito da Educação Física escolar, e favorecer a construção e implementação de recursos avaliativos que contemplem o saber corporal condizentes com a prática realizada em aula, buscamos, com esse estudo, analisar os recursos avaliativos utilizados no ensino dos saberes corporais, na perspectiva do saber para praticar o jogo de handebol, a partir de uma proposta colaborativa que envolveu alunos do primeiro ano do ensino médio, junto às aulas de Educação Física. Nesse sentido, nos orientamos por uma abordagem crítica do conhecimento por meio da compreensão do jogo, e não na simples reprodução de movimentos, considerando o processo de ensino e de aprendizagem como um processo participativo, contribuindo com o empoderamento dos alunos no saber para praticar. Para tanto, buscamos a Praxiologia Motriz para compreender os jogos e esportes, através da lógica interna dos mesmos, assim como a Pedagogia do Esporte com referências às metodologias de ensino dos Jogos Esportivos Coletivos, especificamente as que se embasam nas abordagens táticas, refletindo sobre a avaliação dos saberes corporais, envolvendo os conhecimentos declarativos e processuais, numa dinâmica de autoavaliação e avaliação entre pares. As intervenções ocorreram no segundo e terceiro trimestre letivo de 2015, abrangendo os meses de abril, maio junho, julho, agosto e setembro, num colégio público federal no estado do Rio de Janeiro, junto a uma turma de primeiro ano do ensino médio, composta por 30 alunos. O estudo caracterizou-se pela pesquisa-ação, utilizando os diários de aula e questionários como coleta de dados. Os mesmos foram apresentados e discutidos, compondo como resultados as categorias: recursos avaliativos e possibilidades e limites. Dessa forma, a análise dos recursos avaliativos nos revelou as contribuições de se redimensionar o estudo do jogo esportivo, nesse caso o handebol, na perspectiva do saber corporal através da autoavaliação e da comparação da aprendizagem prévia com o que foi desenvolvido ao longo do processo, assim como a avaliação entre pares que promoveu uma reflexão sobre a responsabilidade do ensino, que não recai somente ao professor, mas principalmente sobre o aluno que busca o aprendizado. Entretanto, algumas dificuldades foram apresentadas, pois as rodas de discussão se concretizaram como uma estratégia positiva nesse contexto, o que não impossibilitou a concretização da proposta, mas indicou uma reorganização da mesma. Contudo, foi possível construir recursos avaliativos, que foram chamados de fichas avaliativas. Por fim, articulados a esta produção acadêmica, elaboramos um produto em formato de livro sobre avaliação dos saberes corporais no jogo de handebol.

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