Resumo

O texto faz uma aproximação da dança na perspectiva da linguagem com o “se-movimentar” e suas relações com a temporalidade. Discute sobre os lugares da exploração dos gestos, da aprendizagem da cultura de movimento e da criação nas experiências com a dança no contexto pedagógico. Entrelaçando tempo e “se-movimentar”, observamos que a expressão criadora se dá na troca eu-outro-mundo. O entendimento de um tempo estendido, não fragmentado, nos mostra que uma motricidade original se projeta entrecruzando passado-presente-futuro. Nessa perspectiva, podemos pensar numa prática de ensino que não opõe as transcendências de limites da aprendizagem (forma direta, forma aprendida, forma criativa inventiva), uma vez que há o jogo da transitividade entre elas.

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