Resumo

Este trabalho constitui um estudo de caso sobre as interfaces entre a prática do surfe e o processo de desenvolvimento turístico urbano da região centro-leste da Ilha de Santa Catarina, no período de 1995 a 2005 compreendendo o bairro da Lagoa da Conceição, a Praia Mole, a Praia da Joaquina e adjacências. Especificamente, tratou-se de identificar e analisar as ações de setores do poder público, as implicações sócio-ambientais da indústria do surfe e a participação das associações de surfe no sistema de gestão dos recursos costeiros. Conclui-se que, no momento, a opção pela exploração das condições naturais favoráveis à prática do surfe e da sua imagem revestidas pelo apelo de responsabilidade ecológica como estratégia de desenvolvimento local sustentável, apresenta um caráter ambíguo. Contribui para a reprodução da lógica condicionadora dos processos de degradação sócio-ambiental. Ao mesmo tempo, gera espaços para o fortalecimento de novos atores sociais, caracterizados por atuações que objetivam a adoção de políticas alternativas de gerenciamento que, em alguns momentos, sinalizam identificar-se com a tradição do ecodesenvolvimento. Sendo assim, enfatiza-se que há a necessidade de novas investigações e da reprodução de experiências bem sucedidas, que permitam uma melhor exploração das potencialidades oferecidas pela prática do surfe e pelas atividades que surgem à sua volta, enquanto possíveis vetores de desenvolvimento local sustentável. 

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