Resumo

O exercício excêntrico inabitual induz uma grande sobrecarga mecânica sobre as fibras musculares recrutadas e respetiva rede de tecido conjuntivo que as rodeia. No entanto, quando o exercício excêntrico é habitual os indicadores de sobrecarga e dano muscular são praticamente inexistentes, com grande tolerância para essa situação agressiva. É possível que as adaptações crónicas subjacentes não se restrinjam apenas às fibras musculares esqueléticas e que afetem também o tecido conjuntivo. Foi objetivo avaliar os efeitos do treino excêntrico no conteúdo de colagénio do músculo quadriceps. Ratos Wistar machos foram divididos em dois grupos (n=5 por grupo): controlo (CONT) e exercitado (EXER). Os animais EXER praticaram corrida em tapete rolante (-25º; 30metros/minuto; 60 minutos consecutivos) uma vez/semana, durante oito semanas. Após este período, os animais foram sacrificados, com recolha do músculo quadriceps para análise histológica. Os resultados mostraram um aumento da percentagem do conteúdo de colagénio por quantidade de tecido muscular (CONT: 0.0456±0.0281% vs. EXER: 0.1732±0.0932%, Mann-Whitney U, p=0,001). O treino excêntrico, realizado uma vez por semana, promoveu um aumento da deposição muscular esquelética de colagénio, sendo este um hipotético mecanismo explicativo da tolerância ao exercício excêntrico em indivíduos treinados.

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