Obesidade e covid-19: da inflamação crônica ao potencial anti-inflamatório da atividade física

Parte de Atividade física, exercício e esporte no contexto da pandemia decorrente da Covid-19: reflexões, prognósticos acerca da prática em diferentes contextos de saúde e desempenho humano . páginas 97 - 107

Resumo

A obesidade é uma doença crônica, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, que compromete a saúde e se relaciona com diversos desfechos de morbidade e mortalidade (WHO, 2000). Embora a obesidade seja frequentemente explicada como produto do balanço energético positivo, a causa do acúmulo excessivo de peso é multifatorial; portanto, deve-se considerar o papel da genética, do metabolismo, de fatores sociais e psicológicos, comportamentais como atividade física e alimentação, bem como aspectos culturais do contexto analisado. Dados do Global Burden Disease revelam que a prevalência de obesidade tem aumentado muito ao longo das últimas décadas. A expansão do sobrepeso e da obesidade, em termos globais, foi de 27,5% em adultos entre os períodos de 1980 e 2013. Entre os homens, no período de 1980, 28,8% demonstravam excesso de peso, enquanto que as mulheres demonstravam 29,8%. Contudo, em 2013 as prevalências aumentaram para 36,9% e 38%, para homens e mulheres, respectivamente. Isto ocorreu principalmente em países desenvolvidos, porém esse fenômeno também foi observado em países em desenvolvimento (NG et al., 2014). No Brasil, os dados mais recentes são da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico que mostraram prevalência de adultos com excesso de peso variando de 47,2% (em São Luís-MA) a 60,7% (em Cuiabá-MT). Foi observado também que a obesidade foi mais frequente em homens, de Manaus-AM (27,1%), Cuiabá-MT (25,4%) e Porto Velho-RO (23,2%) e, em mulheres do Rio de Janeiro-RJ (24,6%), Rio Branco-AC (23,0%) e Recife-PE (22,6%) (BRASIL, 2019).

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