Editora PPGCOM UFMG. Brasil 2017. 266 páginas.

Sobre

APRESENTAÇÃO

Em outubro de 2009, a cidade do Rio de Janeiro foi escolhida pelos membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) como sede das Olimpíadas de Verão de 2016. Tendo como argumentos o ineditismo do evento na América do Sul e promissor momento econômico do país, a “Cidade Maravilhosa” superou, na votação, as rivais Tóquio, Madri e Chicago (esta representada pelo então presidente Barack Obama). Presentes na cerimônia em Copenhague, na Dinamarca, políticos e personalidades brasileiros comemoraram a indicação, assim como milhares de cariocas que se reuniram na praia de Copacabana para acompanhar a divulgação do resultado. Em março de 2017, o jornal francês Le Monde publicou uma reportagem denunciando que, às vésperas da eleição do Rio, o empresário brasileiro conhecido como “Rei Arthur” havia comprado o voto Apresentação 9 do então presidente da Associação Internacional de Atletismo por 1,5 milhão de dólares1 . A denúncia foi baseada em investigações da Justiça francesa e, quando veio à tona - pouco mais de seis meses depois da Rio 2017 -, o Estado do Rio de Janeiro já passava por uma gravíssima crise financeira e política. Presente na cerimônia que coroou a candidatura da cidade, o ex-governador Sérgio Cabral estava preso e acumulava vários processos por corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes.

Radicalmente opostos, os dois momentos sintetizados acima podem nos ajudar a relembrar, tendo as Olimpíadas Rio 2016 como pano de fundo, as profundas mudanças pelas quais passaram a cidade-sede dos Jogos e o Brasil nesse intervalo de sete anos. Muitas vilas e favelas do Rio de Janeiro foram ocupadas pelas chamadas UPPs, e depois desocupadas; eclodiram as Jornadas de Junho de 2013, e com elas um intenso processo de ressignificação da política no país; veio a Copa do Mundo de 2014, sofremos o famigerado “7 a 1”; a presidenta Dilma Rousseff foi reeleita em 2014 e, em meio às Olimpíadas, ela foi afastada e impeachmada; uma grave crise financeira e uma sucessão de escândalos de corrupção enterrou o sonho desenvolvimentista do país e a esperança dos tempos do “lulismo”

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