Orientação Espacial nos Praticantes de Actividade Física em Função da Idade e Independência em O&M

O domínio das técnicas de Orientação e Mobilidade (O&M) são de vital importância para o deficiente visual, quer pelos benefícios motores que lhe permitem dominar o espaço envolvente quer pelos benefícios de ordem psicológica, já que o domínio do deslocamento autónomo outorga ao deficiente visual uma sensação de bem-estar pessoal, que, de outra forma, dificilmente conseguiria. Last but not the least, os benefícios de ordem económica, porque a O&M vai dar oportunidades de relacionamento e autonomia, possibilitando maiores oportunidades de emprego. Da mesma forma, a actividade física na pessoa com deficiência faz com que ela descubra os seus limites e potencialidades, atingindo benefícios psicológicos, sociais, físicos e fisiológicos. Para os deficientes visuais a Orientação Espacial (OE) pode significar a segurança ou a insegurança, a correcção de decisão ou a dúvida bloqueante na execução dos percursos relacionados com a vida diária de relação. A consecução da independência, o mais conseguida possível, passa pelo eficaz domínio das técnicas de OE, que devem ser abordadas de forma analítica já que o deficiente visual tem grande dificuldade de abordar de forma holística as expressões motoras que lhe darão maior autonomia. Este estudo tem por objectivo comparar nos praticantes de actividade física, a OE em função da idade e independência em O&M. A nossa amostra (n=34), corresponde em idade e tempo de independência: dos 12 anos aos16 anos (n=13), dos 17 aos 22 anos (n=12), dos 23 aos 30 anos (n=4), dos 31 aos 50 anos (n=5). Para a avaliação da OE aplicou-se um percurso de O&M (adapt. MOURA & CASTRO, 1993). O tratamento estatístico compreendeu a estatística descritiva e a estatística inferencial. O nível de significância foi fixado em 5%. Os resultados não nos permitem evidenciar diferenças com significado estatístico entre os vários escalões etários estudados, embora, tendencialmente, os mais velhos consigam resultados ligeiramente melhores que os mais novos, o que indicia um efeito positivo e cumulativo da quantidade de treino anteriormente executado. Embora a idade possa ser um factor propiciador de melhor domínio da mobilidade e orientação nos deficientes visuais acreditamos que o treino precoce pode contribuir para um superior domínio e ganhos de segurança e autonomia.

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