Resumo

Neste texto buscamos trazer uma reflexão acerca de um elemento sócio-histórico-cultural capaz de representar todos ou quase todos os povos, nações e países do planeta: o desporto. Valemo-nos da filosofia da Paideia Antiga e de personagens míticos para percorrer a história do desporto e, ainda, paralelamente, da humanidade, visto que o próprio desporto é uma construção essencialmente humana. Ao mesmo tempo em que tentamos resgatar alguns dos temas mais valiosos e que deram origem e sentido a sua prática, buscamos trazê-los para a atualidade, pois, além de relembrar e mostrar sua importância cultural e histórica, a substância filosófica, pedagógica e axiológica faz-se necessária para compreender a Beleza do fenômeno desportivo. Cabe ressaltar que entendemos e tratamos o desporto como um sistema de códigos e de símbolos que tem muitas coisas implícitas as quais são necessárias investigar, lembrar e resgatar, apresentando aquilo que no desporto transcende as aparências e é motivo de valor, de nobreza, de beleza e, como os antigos queriam, de reflexão e contemplação. O desporto se nutre do agon, que é o seu mais importante agente pedagógico, o qual se torna presente na competição e que deve ser motivo de reflexões mais profundas. O local de competição ou disputas é entendido como sagrado e como lar ancestral da diversidade das manifestações humanas, onde vemos ou realizamos, por exemplo, uma ação desportiva que nos causa assombro e que nos desperta a alma, e desta forma atingimos o Kalos. A consciência pedagógica aconselha que diante da vitória e da derrota devemos adotar uma atitude de simplicidade e de serenidade, para assim haver aprendizado com e no desporto. Devemos entender o talento desportivo enquanto uma dádiva a luz da aretê: a fórmula divina que nos deixa apaixonados pela vida. A realização dos talentos nos eleva e dignifica, conforme a eterna Paideia.

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