Resumo

No Brasil, vários programas de esporte e lazer foram organizados para as comunidades urbanas durante a primeira metade deste século. Entretanto, foi a partir dos anos oitenta e, especialmente, durante os anos noventa que as políticas urbanas para estes setores passaram a ocupar com mais freqüência a agenda dos administradores públicos. Em anos recentes, a demanda por programas comunitários de esporte e lazer em metrópolis brasileiras tem levantado questões sobre o papel dos governos e comunidades locais e o investimento de capital público nestes setores. Contudo, a ausência de modelos teóricos que fundamentem a formulação de políticas para centros urbanos com características semelhantes àquelas encontradas nas metrópolis brasileiras têm sido motivo de preocupação para os administradores públicos. Natentativa de contribuir para a elaboração de políticas direcionadas às necessidades das cidades brasileiras de grande porte, o presente estudo teve por objetivos: (a) realizar um levantamento dos indicadores de natureza social e econômica necessários à formulação de políticas urbanas de esporte e lazer. Entre estes indicadores encontram-se taxas de urbanização, natalidade, expectativa de vida, distribuição de renda, espaço urbano de lazer e número de pessoas que realizam atividades físicas sistemáticas; (b) descrever os resultados de um modelo de formulação de política para esporte e lazer baseado na participação comunitária. Sugere-se que modelos que enfatizam corresponsabilidade e cooperação entre autoridades públicas e comunidades locais são mais efetivos em relação às necessidades da população e ao uso de recursos públicosdo que aqueles que se fundamentam exclusivamente nas autoridades públicas.