Resumo

O lazer é um direito social, porém tem sido tratado como mercadoria e considerado para fins utilitaristas. Pouco se sabe sobre a educação para o lazer do jovem brasileiro ou das práticas de lazer oferecidas no ensino médio profissionalizante, sendo necessário buscar dados que possam balizar ações para que o direito ao lazer possa ser de fato estabelecido. Este trabalho pretende verificar a participação de jovens do ensino médio integrado à educação profissionalizante em atividades de esporte e lazer oferecidas por essa instituição. Trata-se de um estudo de caso, realizado em uma destas instituições, com a participação de 370 discentes, que responderam a um questionário, composto por questões sobre o perfil dos jovens e sobre sua participação nas atividades extracurriculares de esporte e lazer, dentro e fora da instituição. Entrevistas semiestruturadas com os gestores da instituição foram feitas bem como a análise dos documentos da instituição. Verificou-se que a participação dos discentes é influenciada pela faixa etária; curso; gênero; vínculo com a instituição; transporte e condições de saúde. Entre os motivos para a não participação estão a falta de tempo, o desinteresse, a distribuição das atividades pelo quadro curricular e o acúmulo de tarefas dos jovens. Na entrevista com os gestores, se percebeu que a Instituição tem uma visão funcionalista do Lazer e que os programas carecem de avaliação mais objetiva, a qual também foi desvelada nos documentos. Sugere-se que sejam construídas políticas educacionais para o lazer com o auxílio da comunidade escolar. Tal educação deveria incluir reflexão sobre o significado do lazer e suas possibilidades, bem como mecanismos de avaliação de atividades de lazer que possam ser oferecidas no referido campus1.

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