Editora . Brasil None. 80 páginas.

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(À guisa de prefácio)

O porquê de um dicionário de utopias No período renascentista, utopia era quase sinónimo de protesto. Há três ou quatro séculos atrás, múltiplas utopias habitavam o reino da fantasia e da ficção científica. Shakespeare glosou-as na peça “The tempest”. No século XIX, as percursoras tentativas de Fourier e Owen visaram passar ao real o ideal de Morus ou de Campanela. No nosso século, importará reconhecer que, se Tomás Morus escreveu a sua “Utopia” baseado num opúsculo de Américo Vespuci, talvez seja necessário suliar a busca de novas utopias. Foi no sul que Vespuci encontrou um mundo onde “todas as coisas são comuns”, onde “cada pessoa é dona de si própria”. Foi no sul que o navegador deparou com a concretização da utopia de não haver ricos nem pobres, uma sociedade humanamente mais desenvolvida do que a europeia.

A América viu concretizar-se a primeira experiência utópica renascentista. Em 1530, Vasco de Quiroga, juiz e bispo de Nova Espanha, fundou um colégio conservando as línguas autóctones e proibiu a escravidão dos índios. Depois, no hiato de cinco séculos, houve um desvio de rota...

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