Resumo

A imagem corporal é reflexo da vivência histórica que o ser humano experimenta, de forma individual ou dinâmica (Tavares, 2003). A adolescência compreende o período entre dez e dezenove anos de idade e se caracteriza por grandes mudanças físicas e psicológicas, sendo considerada um período crítico no desenvolvimento da auto-imagem (Bock, 2004). O presente trabalho tem por objetivo identificar a percepção da imagem corporal e relacioná-la com o índice de massa corporal (IMC) em adolescentes do 5º ano de escolas particulares de Canindé. Foram mensurados altura e peso e calculado o IMC e o percentil do IMC, de acordo com os parâmetros de Must et al. (1991). A percepção da imagem corporal foi obtida por autoavaliação, com o uso da escala de silhuetas corporais (1 a 9) em que se estabeleceram quatro categorias: baixo peso (1), eutrofia (2 a 5), sobrepeso (6 e 7), e obesidade (8 e 9) (Madrigal-Fritsch et al., 1999). Foram avaliados 108 adolescentes, sendo 61 meninas (55%) e 47 meninos (45%). Os valores médios e desvios padrões encontrados foram: 10,12+0,33 anos; 1,42+004 m; de 39,55+10,13 kg; IMC de 19,53+4,00 kg/m2. De acordo com o percentil do IMC, 5,3% apresentam-se com baixo peso; 49,7 % dentro da normalidade, 25% estão com excesso de peso e 20% é considerado obeso. Ou seja, 45% dos alunos estão com peso superior ao desejado, expondo ao maior risco de desenvolvimento de doenças crônicodegenerativas. Na análise da percepção da imagem corporal que foi obtida por auto-avaliação, 76,85% se avaliaram eutróficos, 17,59% em sobrepeso, 3,7% na condição de obesidade e apenas 2,77% se viram com baixo peso. No comparativo da classificação obtido pelo percentil do IMC e pela auto-avaliação da imagem corporal, observou-se que em todos os grupos há distorção da imagem corporal. No grupo com peso normal a silhueta 2, 3,4 e 5 (eutrofia) foi a mais citada, no grupo com sobrepeso foi a silhueta 3, 4 e5 (eutrofia) e no grupo com obesidade foram igualmente mais citadas as silhuetas 5, 6 e 7 (eutrofia e sobrepeso). Dessa forma, identifica-se que a maioria da amostra se percebia eutróficos com sua imagem corporal, não condizente com seu estado real, caracterizando assim uma distorção com a autoimagem. Observou-se que as meninas apresentaram 47,54% resultados distorcidos e os meninos 44,68%. Verificou-se também um alto índice de adolescentes considerados com sobrepeso e obesidade tornando-se um fato preocupante nessa faixa etária. Percentual importante está acima do peso e se avaliam como normais e apenas com excesso de peso, mesmo já sendo classificados como obesos. Aceitação da imagem corporal e auto-estima na adolescência estão associados à vários fatores e que interferem direta ou indiretamente no desenvolvimento e está intrinsecamente relacionado a saúde nos cuidados que devemos ter no processo de crescimento e desenvolvimento, pois a distorção da imagem corporal pode desenvolver distúrbios no comportamento alimentar e psicológico.

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